A Base Nacional Comum – Participe do Debate

logotipo-bnceA Base Nacional Comum Curricular (BNC) é um documento que está sendo proposto pelo MEC neste ano de 2015, que visa estabelecer quais são os conhecimentos e habilidades esperados para os alunos em cada um dos anos/série da educação básica. Até o momento, o Brasil não tinha estabelecido esses conhecimentos e habilidades esperados de forma normativa e detalhada por ano/série.

A necessidade de criação de uma Base Nacional Comum aparece na nossa Constituição Federal, de 1988, no Art. 210. Anos depois, é reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/1996), em seu artigo 26. A Resolução n.4, de 13 de julho de 2010, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE) é o documento que orienta todos os passos para a elaboração da BCN que deve ser encaminhada para aprovação do Conselho Nacional de Educação até junho de 2016. Outras instâncias como as Conferências Nacionais de Educação e o Plano Nacional de Educação reforçam essa necessidade, dialogando com a proposta da CEB/CNE, de 2010.

Objetivo da elaboração da BCN:

Quando os principais objetivos de aprendizagem e desenvolvimento forem estabelecidos nas Áreas de Conhecimento, nas etapas e nos segmentos da Educação Básica, espera-se que a BNC se torne um instrumento de gestão que oferece subsídios para a formulação e a reformulação das propostas curriculares dos sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, em diálogo com as diferenças presentes na escola e com as especificidades que caracterizam o contexto educacional brasileiro.

Além disso, espera-se que a Base seja um dispositivo para (re)orientar as políticas de Avaliação da Educação Básica; (re)pensar e atualizar os processos de produção de materiais didáticos e, também, colabore na discussão da política de formação inicial e continuada de professores”(MEC, 2015)

Antes da elaboração deste documento, o marco existente que buscava definir as habilidades a serem desenvolvidas em cada ciclo do Ensino Fundamental e Médio eram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), de 1998 e 2000, respectivamente. Tais documentos funcionavam como orientações, não compulsórias nos termos da lei. Apesar de receberem críticas por imprecisões conceituais e por ter sido pouco dialogado quando de sua elaboração, eles tiveram grande influência na produção de materiais educacionais ao longo dos anos 2000 e chegaram às escolas mediados por esses materiais. Houve também alguns desdobramentos desses materiais na própria produção do MEC, especialmente para o Ensino Médio como os PCN + (Ensino Médio/2002) e as Orientações Curriculares (2006)

Com a ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos, o Governo Federal deu início em 2006 a um processo de organização de discussões e orientações para a elaboração de novas diretrizes curriculares com o objetivo de atender a nova forma de oferta na Educação Básica. Esse processo se estende até 2013, envolvendo vários atores e várias ações, como a série Indagações sobre currículo e o Programa currículo em movimento e o documento Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica, de 2013. Importante destacar que a Resolução n.4, de 13 de julho de 2010, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE) nasce neste contexto de discussões para a elaboração das novas diretrizes curriculares, que estão se efetivando, neste momento, numa proposta de diretrizes curriculares mais específica.

O documento pretende definir 60% do conteúdo ministrado nas 190 mil escolas de ensinos infantil, fundamental e médio do Brasil, envolvendo as áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.  Os outros 40%, chamados de parte diversificada, serão de responsabilidade de estados e municípios, destinados ao ensino-aprendizagem de geografia, literatura e história da região.

A versão preliminar está disponível no site do MEC para consulta pública. Há um espaço para que você se cadastre e sinalize que gostaria de contribuir com sua elaboração

Conheça a versão preliminar da Base Nacional Comum: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/conheca

Para saber mais sobre o histórico de políticas curriculares: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/linha-do-tempo

Movimento pela Base Nacional Comum: http://movimentopelabase.org.br/

O guardião das fronteiras- Podcast

Podcast elaborado no curso de “Design Instrucional para educação online”, em 2009. O áudio traz uma breve narrativa do autor George Landow que está no livro de Andrea Cecilia Ramal chamado “Educação na cibercultura: Hipertextualidade, Leitura, Escrita e Aprendizagem” da Editora Armed. Uma boa provocação sobre o modelo disciplinar que permanece em voga na educação.

Clique aqui para ouvir o podcast no Soundcloud.

Workshop Paulus – Referências

No dia 28/05/15, eu e Leandro Holanda ministramos um workshop sobre Inovação e personalização do ensino no 10º Simpósio de Educação, da Faculdade Paulus (FAPCOM), em São Paulo, representando a Fundação Lemann. Para instigar a reflexão sobre inovação, selecionei alguns textos, que foram lidos e discutidos pelos presentes. Os links para os textos estão disponíveis abaixo.

1 – Personalização do Ensino
http://www.porvir.org/especiais/personalizacao/

2 – Entrevista com Helena Singer – MEC
http://www.rioeduca.net/blog.php?bid=16

3 – Ensino híbrido é o único jeito de transformar a educação – Com Michael Horn
http://porvir.org/porpensar/ensino-hibrido-e-unico-jeito-de-transformar-educacao/20140220
Convido a todos a lerem os textos e colocarem seus comentários aqui no blog. Vale a pena continuarmos buscando inovação apenas do ponto de vista da tecnologia digital ou o mais importante é buscar inovação nas práticas pedagógicas?

Bastante ou Bastantes?

Ressuscitando meus posts sobre temas polêmicos da Língua Portuguesa 🙂

Hoje vi uma criança paranaense falando “bastantes coisas” e fiquei curiosa para entender a regra e se esse uso estava adequado à norma. Não que atender à norma, nesse caso, fosse minha expectativa. Na verdade, a frase dele me fez ter vontade de rever a regra.

Então, achei duas fontes, que vou postar abaixo. Em suma, as fontes dizem que “bastante” pode assumir diferentes funções sintáticas e é isso que determinará a concordância ou não.

  • Como advérbio de intensidade (ligado a verbo, advérbio ou adjetivo) . Assume o sentido de “muito” – Invariável

Exemplo: Os corredores estavam bastante cansados

  • Como substantivo. Assume o sentido de “o suficiente”. Invariável

 Exemplo: “Os animais já comeram o bastante.”

  • Como adjetivo. Seguido de substantivo. Assume o sentido de “suficiente”. Variável

Exemplo: “Há bastantes quadros na parede”

  • Como pronome indefinido. Expressa qualidades ou quantidades indefinidas. Também aparece antes de substantivos, com os quais fará concordância. Esse é o uso menos comum.

Exemplos: 

“Bastantes bancos aumentaram as taxas administrativas”,

“Ela tem bastantes amigos” 

“Vimos bastantes produtos no mercado”

“Eu aprendi bastantes coisas”, o caso que me fez escrever o post! Ou seja, o pequeno paranaense arrasou!

Uma dica para empregar corretamente as palavras bastante/bastantes é tentar substituir esses termos pela palavra “muito”. Se a palavra muito flexionar em gênero e número, emprega-se bastantes, se a palavra muito não flexionar, emprega-se a palavra bastante.

Fontes:

http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/bastante-ou-bastantes-como-usar-2

https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080228180810AALzLTr

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/londrina/v/tecnologia-ajuda-no-ensino-da-temida-matematica/4143447/ 

Construção Curricular Democrática – Slides

Esse conteúdo foi elaborado para a aula presencial do curso online “Currículo e Educação Infantil: Fundamentos Teóricos e Múltiplas linguagens”, oferecido pelo Sindicato da Educação Infantil (SEDIN) em 2015.

Fui responsável pela tutoria e pelo desenvolvimento do conteúdo.

A opção por discutir esse tema se deu após o diálogo com os alunos e alunas durante o curso online, todos profissionais da educação infantil (professores, gestores, agentes escolares etc.). A dúvida de grande parte dos cursistas era como promover a construção de um currículo partindo da realidade da comunidade escolar, de forma democrática e colaborativa. Baseado nisso, elaborei uma aula partindo de experiências de elaboração curricular baseadas em Paulo Freire.

Para acessar os slides, clique aqui

Responsabilidade social?

Li uma matéria na revista do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) hoje e fiquei realizada! O professor da UMESP Wilson Bueno diz tudo o que eu penso sobre responsabilidade social empresarial. Uma grande MENTIRA! São pouquíssimas as empresas que podem se auto-intitular socialmente responsáveis. Eu nem me arrisco a apontar uma, por não conhecer os trâmites da implantação deste processo internamente.

Uma das coisas que ele diz e que vai ao encontro do que eu sempre pensei é: como uma empresa como o Mc Donalds pode ser considerada socialmente responsável, se sua essência é prejudicial à sociedade? Além de vender alimentos que só contribuem com a obesidade (mesmo tendo uma linha de produtos naturebas só para disfarçar… ), o seu marketing é anti-ético, pois tem como foco as crianças.

Sugiro fortemente que todos leiam esta entrevista. Vou colocar a íntegra aqui (mesmo grande) pois fico com receio da página deles sair do ar daqui a algum tempo.

Revista n° 143 – Maio de 2010
Entrevista:
Muito blá blá blá e pouca prática
Já faz algum tempo que o termo responsabilidade social está na “moda” e faz parte do vocabulário das grandes empresas. Mas será que ela é realmente praticada? O tema vem sendo bastante discutido por conta da ISO 26000 – a norma da responsabilidade social -, que deve ser publicada em dezembro deste ano. O documento será finalizado de 15 a 21 de maio em uma reunião em Copenhague, na Dinamarca. O jornalista e associado do Idec Wilson da Costa Bueno falou à REVISTA DO IDEC sobre este e outros assuntos.

Além de escrever artigos para diversos veículos, editar sete sites temáticos em comunicação e manter o blog www.blogdowilson.com.br atualizado, Wilson Bueno também leciona na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), em cujo campus concedeu esta entrevista, e é professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP).

Também é autor de alguns livros nas áreas do jornalismo especializado em que atua (científico, ambiental, em saúde e em agronegócio).

Sem papas na língua, Wilson citou empresas que mais falam do que fazem e criticou colegas de profissão que parecem ter esquecido como fazer bom jornalismo.

Idec: Os termos responsabilidade social e marketing social estão cada dia mais presentes no discurso das empresas. Qual a diferença entre eles? Eles também estão presentes na prática das empresas?
Wilson da Costa Bueno:
As empresas costumam confundir as duas coisas, tanto no discurso quanto na prática. Elas insistem em se proclamar socialmente responsáveis, mas na verdade estão desvirtuando o conceito, praticando ações pontuais para tentar se caracterizar em sua totalidade. E eu diria que nem é por desconhecimento, é voluntário, para aparecerem bem na foto. Isso acontece em alguns setores específicos, por exemplo, na indústria agroquímica, de mineração, de papel e celulose, tabagista e da saúde. Há uma diferença essencial entre responsabilidade social e marketing social. No marketing a intenção é explicitamente mercadológica, e do ponto de vista prático pouca coisa remete à comunidade. Passado o interesse em fortalecer a marca ou em ter um resultado qualquer, as empresas abrem mão dele, muitas vezes deixando profissionais ao relento. Ação pontual todo mundo pratica, até traficantes e políticos corruptos praticam boas ações. Do meu ponto de vista é necessário recuperar a totalidade e não apenas focar em coisas pontuais, como o McDonald´s, que inventou o McDia Feliz, mas continua contribuindo para a obesidade infantil, manipulando a consciência de jovens e crianças. As empresas tentam escapar com a doação de parte da receita. Já responsabilidade social seria um compromisso de gestão, de filosofia de negócios, e não uma ação pontual. Ações pontuais não devem ser confundidas com o conceito mais amplo e autêntico de responsabilidade social.

Idec: A responsabilidade social entrou em cena pela “porta” da questão ambiental, sobretudo nesta última década. O que você acha que terá mais destaque agora? Ou a questão ambiental ainda predominará por muito tempo?
WCB:
Tem havido a valorização de outro conceito, parece que mais abrangente, que é a sustentabilidade. É normal encontrar nos portais das grandes corporações o menu [link] sustentabilidade, dentro do qual está o de responsabilidade social. Por terem avacalhado o conceito e todo mundo ter virado socialmente responsável, isso não serve como diferencial. Sustentabilidade engloba responsabilidade social, responsabilidade ambiental e responsabilidade do ponto de vista econômico.

Idec: Existem muitos exemplos de marketing verde falsos, que colocam em risco a ideia de responsabilidade social. É possível fazer marketing social sem falsidade?
WCB:
É possível, mas não tem sido essa a prática das grandes corporações, como McDonald´s, Nestlé, Monsanto, Syngenta e Souza Cruz, que nem podem ser socialmente responsáveis porque, por essência, são predadoras. A indústria agroquímica não pode ser socialmente responsável porque sua essência é fazer as pessoas usarem veneno, além de emporcalhar a água e o solo. A Souza Cruz pode fazer o que quiser, mas nunca vai conseguir eliminar sua essência, que é fazer as pessoas fumarem e morrerem ou terem doenças devido ao consumo de cigarro. É preciso ficar atento às ações de marketing social porque elas podem ser, no mínimo, safadas. Imagine uma universidade que, só porque diminui a mensalidade, diz que está praticando responsabilidade social, quando a gente sabe que tem vaga pra burro sobrando. Essas ações sociais ou ambientais são, na verdade, meras tentativas de manipulação.

Idec: Você cita muitos cases de empresas que se autoproclamam socialmente responsáveis ou que são premiadas por serem consideradas as melhores para se trabalhar. Como o consumidor pode reconhecer as empresas verdadeiramente responsáveis?
WCB:
Algumas acabam sendo facilmente desmascaradas porque fazem coisas que ficam evidentes. Outras não, por exemplo, as que ganham prêmios e constroem seus cases a partir de agências e assessorias. Um case importante que eu denunciei na época foi o da Merck, quando fez o recall do Vioxx – um remédio que ela sabia que podia matar (e matou milhares de pessoas). Quando ela fez o recall, apareceu como uma empresa legal com os consumidores, porque estava tomando a iniciativa de recolher o medicamento. E ela fez todo o esforço, inclusive no Brasil, para apagar todos os rastros, recolher as caixas, deu pista para que os médicos sumissem com os receituários. Aqui no Brasil quase não sobrou gente para processá-la pelos danos que causou, mas lá fora ela teve um problema enorme. Veja as montadoras que fazem recall e jogam o problema no colo dos consumidores. No caso do Stilo, da Fiat, ou do Fox, da Volkswagen, as empresas lesaram o consumidor e depois levam do governo uma multa irrisória. Percebo que isso acontece com muita facilidade porque a legislação é muito frouxa e há cumplicidade do governo com as empresas, que fazem coisas que não fariam em países desenvolvidos. O cubo da roda do Stilo na Europa é de aço e aqui é de ferro fundido, e é por isso que quebra. O banco traseiro do Fox lá fora não tem o mesmo problema que aqui porque as empresas sabem quanto custaria o dedinho de um alemão ou de um americano. Há agroquímicos que são proibidos lá fora e são vendidos aqui porque elas sabem que vai doer muito menos no bolso. Ás vezes, vale a pena pagar a multa, cujo valor é incluído pelos laboratórios nas campanhas publicitárias. Então, uma campanha de 5 milhões fica em 5 milhões e 200 mil, esses 200 mil são a multa. Se a multa fosse de 10 milhões, certamente não fariam isso. A legislação, a cumplicidade e o lobby dessas empresas fazem com que elas se sintam em terreno favorável.

Idec: Você acha que a ISO 26000, que deve ser concluída ainda este ano, vai ajudar na apuração e até na implementação da responsabilidade social das empresas?
WCB:
Acho que apesar de os selos da ISO existirem, o panorama não mudou. As empresas continuam fazendo o que querem, e algumas a gente nem imagina como conseguiram esses selinhos, porque são empresas essencialmente predadoras. Sou um pouco descrente, meio cético. Acho que o debate é importante, mas na prática muitas empresas que têm o selo ISO não o merece. A ISO não garante muita coisa, pois parece que todo mundo tem.

Idec: Temos visto que o número de recalls aumentou. Isso significa uma vigilância maior e um sistema de notificação um pouco mais organizado?
WCB:
O fato de as empresas estarem promovendo recalls não significa que estejam controlando a qualidade e a excelência da produção. Não é possível que em um século elas não tenham aprendido a fazer carros. Nesta época em que temos recorde de produção de automóveis e concorrência cerrada, as empresas estão cuidando menos do processo de fabricação. Acho que estão ocorrendo recalls demais em todas as montadoras, até em empresas mais responsáveis, como a Toyota e a Volvo, que vende a ideia de segurança. Estão todas sob suspeita, e no Brasil o desmando é grande porque a cobrança do consumidor ainda é menor do que deveria. É muito fácil colocar anúncio de um quarto de página dizendo que 400 mil pessoas devem procurar a concessionária e agendar o conserto para os próximos três meses. Enquanto isso, o consumidor fica com um carro perigoso. Isso é maluco!

Idec: Algumas empresas já perceberam que para controlar sua imagem e reputação não basta apenas comandar a grande imprensa, também é preciso intervir nas chamadas redes sociais, como Facebook, Orkut, Twitter. O que você acha que mudará no futuro: as empresas, as redes sociais ou há uma terceira alternativa?
WCB:
Talvez existam outras alternativas dentro das redes sociais, mas acho que, de qualquer forma, temos evoluído para um cenário no qual o controle das empresas é menor, e por isso as informações sobre desmandos e abusos vazam mais. Escrevi um artigo com a ideia de mostrar que as empresas ainda não têm a cultura de dialogar nas redes sociais. Elas tentam fazer pressão, chantagem, cooptar pessoas que são protagonistas na rede, mas não têm a cultura da interação, do diálogo, da transparência. Mas acho que já houve uma mudança importante. Quando havia uns poucos jornaloides que dominavam o mercado da comunicação, era fácil os anunciantes usarem isso como tapa-boca. Hoje, eles até continuam fazendo isso, mas o número de alternativas para expressão em blogs e nas redes em si é maior, e sendo maior fica mais difícil controlar e silenciar todo mundo. Portanto, a tendência são os abusos aparecerem com mais frequência, e as empresas sabem que isso causa um impacto brutal em sua imagem e reputação. As empresas estão usando uma tática antiga que é tentar identificar os adversários para ver se conseguem silenciá-los. É mais fácil para elas fazer isso que mudar de postura. Mas como acho que não vai funcionar, algumas vão ter que mudar. As redes sociais trazem um cenário diferente – de pluralismo e de não controle. Suborno, propina e amizade com os grandes monopólios de comunicação garantiam tudo. Hoje, o controle é menor porque não se consegue comprar todos os blogueiros e twitteiros.Idec: O que é interessante na internet é o jogo de esconde-esconde, porque você não consegue ver o tamanho do outro…
WCB:
As empresas estão assustadas com isso, porque elas não têm controle, mas isso é bom. Vou dar um exemplo: há alguns anos eu recebia repetidamente na minha caixa de correio o folhetinho de responsabilidade social da Souza Cruz. Eu ficava profundamente irritado, porque eu tenho plena consciência de que a indústria tabagista nunca será socialmente responsável, já que a essência dela é vender um produto que mata as pessoas. Eu escrevi vários artigos sobre a responsabilidade social da indústria tabagista. Se você entrar no Google e digitar responsabilidade social da indústria tabagista, a Souza Cruz e a Philipp Morris não aparecem. É uma forma que a gente tem de mostrar uma outra posição que não é, necessariamente, aquela hegemônica que ela conseguiu controlando monopólios da comunicação. Isso é um dado importante. Nesse espaço [na internet] as empresas estão em desvantagem e isso é bom porque antigamente eu teria que contar com o apoio do Estadão ou da Folha. Mas eu vejo um problema: quem patrocina os cursos de formação de jornalistas do Estadão e da Folha hoje são Odebrecht, Philip Morris, Syngenta e Oi. Há uma hipocrisia, um cinismo dos grandes conglomerados de comunicação, porque, embora eles digam uma coisa no editorial, eles fazem outro jogo no departamento comercial. Os cursos para formação de jornalista do Estadão e da Folha são exemplos disso. Os parceiros são os menos éticos possíveis.

Idec: O consumo consciente depende não apenas de informação qualificada, mas de informação articulada. Onde o consumidor deve buscá-las?
WCB:
No caso do Brasil, na autorregulação, mas não acho razoável imaginar que o setor de alimentos, por exemplo, vá regular a propaganda de alimentos. Tenho restrições ao próprio Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária], pois acho que ele só toma medidas eficazes quando há pressão social. O ideal seria fortalecer as entidades independentes, que são poucas no Brasil. Sou adepto ideológico do Idec, porque sua independência em relação às empresas permite que ele possa avaliar e denunciar. O Conar pode tomar uma decisão, mas pode demorar o suficiente para a propaganda sair do ar. Isso não aconteceu com a Schincariol [no caso da propaganda da cerveja Devassa Bem Loura], mas certamente ocorre com a Ambev, com a qual o Conar é mais tolerante. Não acredito na autorregulação, creio que a sociedade tem de estar vigilante a partir de entidades independentes que possam monitorar as propagandas o tempo todo. A autorregulação é hipocrisia. Já que o governo é fraco, acho que essas entidades independentes é que podem alertar a população e conscientizá-la, além de encaminhar propostas de luta.

Idec: Como você vê o fato de alguns temas sensíveis e ainda bastante desconhecidos, como transgênicos e nanotecnologia, serem abordados na imprensa como algo positivo?
WCB:
Fico profundamente irritado com o fato de, no Brasil, os estudos sobre as vantagens dos transgênicos serem feitos sempre pela mesma empresa – a Céleres. Se você entrar no site, entre seus clientes estão todas as empresas de biotecnologia (Du Pont, Monsanto, Syngenta…). E a imprensa continua divulgando os estudos da Céleres como se fossem isentos. Esses estudos são completamente viciados, no mínimo suspeitos. E a imprensa é pouco investigativa, come nas mãos deles. Esses temas controvertidos acabam tendo uma única fonte, que são os executivos das empresas, não há debate com a sociedade, não há a presença de fontes contrárias. A imprensa brasileira está sendo pautada pelas empresas, e aí, evidentemente, compramos gato por lebre, sobretudo em alguns setores, como biotecnologia, nanotecnologia, agroquímico e saúde, o que é uma vergonha, um escândalo. Há total falta de espírito crítico por parte da imprensa brasileira, com raríssimas exceções. Tivemos recentemente uma decisão que condenou a Shell e a Basf a pagar as despesas médicas de funcionários (e de seus filhos) de uma unidade de agrotóxicos em Paulínia [cidade do interior de São Paulo]. Nenhum jornal deu a notícia [pelo menos até a realização desta entrevista, no início de abril]. Eu ouvi na CBN. E sabe por que eles não deram? Por falta de interesse. Não é nem problema de anúncio, porque essas empresas nem sempre são grandes anunciantes da mídia impressa. É falta de vergonha na cara e de capacidade de investigação. Os jornalistas ficam à mercê das notícias que chegam às redações e não vão buscá-las na rua. Isso é péssimo para nós porque o interesse público está sendo deixado em segundo plano.

Idec: É preguiça ou má formação dos jornalistas?
WCB:
Eu acho que é preguiça, pois ficam com a bunda na cadeira. Ficam a reboque dos espetáculos e das tragédias, como a do Rio de Janeiro [os desmoronamentos que ocorreram em função das fortes chuvas no mês de abril]. Esses fatos precisam ser cobertos, claro, mas tem coisa acontecendo do nosso lado que estamos deixando de comentar. Até algo positivo, como essas empresas que foram condenadas pela Justiça [Shell e Basf].

As empresas de transgênicos, por exemplo, usam o argumento que a resistência a elas vem das empresas de agrotòxicos, mas a mesma empresa que produz transgênicos, produz agrotóxicos. Portanto, esse argumento é idiota, mas a imprensa o publica sem questionar, sem perguntar qual é a empresa de agrotóxico que provoca resistência. Falta senso crítico. Por isso acho que o nosso papel como cidadão é denunciar, é botar a boca no trombone, é incentivar o uso das redes sociais para esse trabalho de enfrentamento e valorizar as entidades independentes. Não dá para depender das empresas e do sistema de autorregulação.


Fonte: Revista do IDEC

http://www.idec.org.br/rev_idec_texto_impressa.asp?pagina=1&ordem=1&id=1194

Teatro ensina a usar o dinheiro

por Marcelo Onaga – Portal EXAME

Uma parceria entre a empresa de pagamento eletrônico Visa e o Banco do Brasil levará ao palco uma peça chamada “Teatro Finanças Práticas”. O espetáculo estreia na próxima segunda-feira, às 15h, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em São Paulo. A plateia será composta exclusivamente por estudantes de 10 a 17 anos das escolas públicas convidadas para assistir ao projeto, que estará em cartaz durante dez segundas-feiras. A ideia do roteiro é mostrar por meio de três atos como é possível o adolescente economizar a própria mesada, ajudar a diminuir as despesas do lar e fazer um planejamento financeiro para a vida adulta. Para tornar esses temas mais palatáveis e interessantes, serão contadas histórias do cotidiano de meninas e meninos que aprenderam o significado das finanças pessoais na prática.  A iniciativa, que deverá contemplar outras cidades brasileiras, faz parte do programa de educação financeira da Visa, que, no ano passado, em parceria com o Banco do Brasil, lançou um game que ensinava conceitos sobre investimentos por meio de uma partida de futebol. (T.B.)

quarta-feira, 5 de maio de 2010 – 13:35

http://portalexame.abril.com.br/blogs/primeiro-lugar/2010/05/05/teatro-ensina-a-usar-o-dinheiro/

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Essa notícia me levou a relembrar uma experiência recente que tive com este assunto. Pude participar de uma palestra sobre educação financeira ministrada por um grande banco e o que vi por ali me surpreendeu. Comecei a refletir sobre aquela iniciativa. Afinal, por que razão a educação financeira se tornou uma preocupação de algumas empresas, especialmente bancos?

Penso que a falta de crédito é um problema para o mercado. As empresas não querem quem não pode pagar pelos seus serviços. Além de ser um problema social, a dificuldade de administração do dinheiro representa um problema também para as empresas. Mesmo o financiamento e o crédito não são vendidos a quem não tem condições de pagar por eles. Portanto, saber lidar com o dinheiro é bom para as empresas.

Além disso, quem tem dinheiro e sabe poupar, usa-o para ganhar mais dinheiro. O mercado financeiro de ações é um bom exemplo de como fazer seu dinheiro render e também enriquecer os bancos. Também temos outros produtos como seguros, previdência etc. Eles também ensinam esses “macetes” às crianças e jovens.

É por essas e outras que desconfio fortemente de iniciativas como essas. Ficamos com a sensação de que está havendo uma humanização do mercado, mas na prática, o que existe são meros ajustes para que não haja perdas futuras. Mera gestão de negócios, fidelização de clientes, e toda a conversa fiada que já conhecemos.

Agência chama criança de Pateta para vender viagem

20/04/2010

Renata, 11, combinava com uma amiga viajar em julho para a Disney. Questionada pela mãe, que não sabia de excursão nenhuma, a menina pegou uma pasta com preços do pacote tu­rístico e uma foto em que, ao la­do da colega e de um boneco do personagem Mickey Mouse, segurava a placa com os dize­res: “Se eu não for para a Disney vou ser um Pateta”.

A pasta foi entregue na escola onde a menina estuda, o Liceu Di Thiene, em São Caetano(Grande São Paulo), no começo do mês passado. Era uma pro­moção da agência de viagens “Trip&Fun”, que organiza via­gens de crianças e adolescentes também para Cancún, Barilo­che e Costa do Sauipe.

Com a publicidade que já le­vou o personagem da Disney para dentro de mais de dez es­colas, e tira fotos com as crian­ças segurando plaquinhas co­mo a do Pateta, a agência levaráem julho cerca de mil criançaspara o parque em Orlando. Os pacotes custam a partir de R$5.216, para 13 dias em quarto quádruplo (o mais barato).

“Quer dizer que você é uma pateta porque você não vai?”,perguntou à filha Renata a pe­dagoga Roberta, 40.

A menina diz que ficou triste. “Queria muito ir. Quase todomundo da sala vai”, conta. Para a mãe, que fala em processar a agência, o sentimento predo­minante foi a vergonha em re­lação aos colegas. “Ela ficou cla­ramente constrangida.”

A agência e a escola afirmam que não pretendiam constran­ger ninguém e que a placa do Pateta era apenas uma brinca­deira.

O promotor da área do con­sumidor João Lopes Guima­rães Júnior diz que o caso ilus­tra bem os abusos na publicida­de infantil. “De uma turma de cem crianças, 80 vão viajar. As que não vão, porque os pais não
querem ou não têm dinheiro,serão chamadas de Pateta. Já temos problemas sério de bull­ying nas escolas. Essa empresa está criando uma situação pro­pícia para isso. Como se pode falar em preservação da ima­gem da criança com esse tipo de publicidade?”, diz.

Publicidade infantil

Para o promotor, a ação da agência de turismo fere os arti­gos 15 e 17 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prezam pelo “respeito à digni­dade e a inviolabilidade da inte­gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente”.

O Instituto Alana, ONG que trabalha para regulamentar a publicidade infantil, critica as ações em escolas. “Muitas ve­zes, acontece e o pai nem sabe. É absurdo isso ser feito dentro das escolas”, diz Laís Fontene­ lle Pereira, coordenadora de educação da ONG.

O Conar (conselho de autor­ regulamentação publicitária) já baniu propagandas por consi­derá-las desrespeitosas, como uma do ovo de Páscoa Traki­nas, de abril de 2008, que dizia: “Quem não dá ovo é um mané”.

Folha de S. Paulo
, Cotidiano, 20/4/2010
Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u723037.shtml

Outro lado

Para agência e escola, placa é só brincadeira

A agência Trip&Fun afirmou que a placa que as crianças do Liceu Di Thiene e mais de outras dez escolas seguravam na foto e que faziam referência ao Pateta era apenas uma brincadeira. A empresa disse também que recebeu uma reclamação de uma mãe de aluno do colégio e imediatamente excluiu a placa com esses dizeres da promoção nas escolas.

Henrico Esichiel, diretor de marketing da agência, afirmou ontem que a campanha nas escolas oferece aos estudantes “outras opções de placas”. Entre elas, as que dizem: “Mãe, quero conhecer o Mickey de verdade” e “Meu presente de Natal já escolhi, ir para a Disney com a Trip&Fun”.

“Os alunos escolhem a que eles querem segurar. [A do Pateta] é a mais popular, a que eles acham mais legal”, diz.

A empresa diz que a promoção já aconteceu em pelo menos dez escolas e, na metade delas, a placa foi usada.

A aluna Renata confirma que escolheu a placa. “Era a mais legal. O Pateta é o de que eu mais gosto, é o mais engraçado.”

Escola

O Liceu Di Thiene diz que uma coordenadora da escola acompanhava as crianças na hora das fotos, mas que ela não viu nada de errado na frase.

“Ela não viu a mensagem da forma [pejorativa] que está sendo colocada”, diz um dos diretores da instituição, Eleandro Monteiro.

“Eu não entendo que o Pateta é um pateta. Pateta é o nome de um personagem. Vocês estão criando um negócio que é absurdo”, complementa.

Ele disse, no entanto, que, ao receber uma reclamação de uma mãe, entrou em contato com a agência e pediu para que a placa deixasse de ser usada.

“[A placa] não tinha a intenção de constranger ninguém.

Só uma mãe me questionou, nenhuma criança levou isso tão a sério”, diz o diretor. A mãe de Renata disse que não foi ela quem levou o caso do Pateta à direção do colégio.

O colégio cobra mensalidades em média de R$ 500 no ensino fundamental e tem cerca de 400 alunos.
“Nenhuma criança chamou a outra [de Pateta]. O perigo de tudo isso é essa mãe [que fez a denúncia à Folha] expor a criança dessa forma.”

Colaboraram FERNANDO ITOKAZU, da Reportagem Local, GUILHERME GENESTRETI e LUIZ GUSTAVO CRISTINO

Folha de S. Paulo
, Cotidiano, 20/4/2010
Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2004201003.htm

ANÁLISE

Para que se educa?

Por Michelle Prazeres*

No ato de uma empresa de turismo usar escolas como mídias para divulgar viagens à Disney está em jogo, acima de tudo, uma concepção de educação. Para que educamos? Para o desenvolvimento? Para o crescimento? Para sermos bem-sucedidos no mercado de trabalho? Para a vaidade e o hedonismo? Para a cidadania e a dignidade? Ou a ênfase está na formação de consumidores?

Interessa aqui discutir a educação como processo amplo de formação dos indivíduos, socializados por influência de múltiplas matrizes culturais, que transmitem valores, visões de mundo, saberes e percepções.

Na modernidade, as mídias e a publicidade despontam como matrizes que -com a família, a escola, os grupos de pares, os colegas de trabalho e outras instituições- são responsáveis pela formação das pessoas.

Nessa iniciativa, a escola se alinha ao discurso do consumismo que vemos hoje em dia, em especial na mídia dirigida a crianças. Quando a escola se entrega a esse projeto, fica comprometido o seu papel enquanto reduto de reflexão e o sentido da educação como processo de preparação para a vida.

A escola é o lugar do saber legítimo, que se crê oficialmente importante para ser passado. O problema é que, historicamente, esse saber é produto de disputas de poder nem sempre democráticas. E se, nos tempos modernos, um dos vetores de poder é a publicidade (o mercado), seria “natural” que ela estivesse na escola.

Mas, se o “clima pró-consumo” já existe em tantas outras instâncias, a escola deve reforçá-lo? Ceder ao apelo publicitário é empobrecer o sentido humano da educação. E esse sentido enxerga nas crianças outras possibilidades além de consumidores: leitores, produtores de conhecimento, investigadores, críticos, lúdicos etc.

Hoje, todo espaço público, todo corpo pode virar um meio de divulgar uma marca. Na escola, a criança percebe aquele discurso como positivo e, mais grave, que tem o respaldo de pessoas em quem ela e os pais confiam. E tudo de maneira dócil. Por isso não nos causa incômodo. Mas deveria incomodar.

*Michelle Prazeres, jornalista, desenvolve pesquisa sobre a entrada das mídias nas escolas em doutorado na Faculdade de Educação da USP.

Folha de S. Paulo, Cotidiano, 20/4/2010
Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2004201004.htm

entrevista

“Escola é diferente de shopping”

Para João Matta, professor de publicidade infantil da ESPM, há excesso de moralismo nos que criticam a publicidade para crianças e pedem seu banimento. Ele afirma, porém, que a escola é “um espaço que precisa ser preservado”. “É diferente de um shopping.” (TB)

FOLHA – Por que fazer publicidade para criança?
JOÃO MATTA –
Quando você tem uma publicidade feita para a criança, também indiretamente atinge o pai. O que se busca na publicidade infantil é o envolvimento da criança no mercado consumidor porque ela é uma consumidora. Há produtos em cuja compra a criança influencia muito mais, como no caso dos brinquedos.

FOLHA – Como vê as críticas à publicidade infantil?
MATTA –
O que me preocupa é um excesso de moralismo em relação ao público infantil, desprezando um pouco a capacidade dele. É lamentável [defender que não haja propaganda para crianças]. A criança não tem só o estímulo do produto infantil. Ela assiste à novela das oito, ela tem acesso ao noticiário, viu a simulação da morte da Isabella [Nardoni] na TV mais de 50 vezes, que é absurdamente mais agressivo que uma propaganda que fale para ela comer uma maçã, que a propaganda de uma boneca.
Mas na escola tenho uma visão mais pragmática. É um espaço que precisa ser preservado. É diferente de um shopping.

Folha de S. Paulo, Cotidiano, 20/4/2010
Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2004201005.htm

Fonte: Instituto Alana – notícias

Leonardo Boff- A Terra sujeito de dignidade e de direitos

Neste texto, publicado no Instituto Akatu, o teólogo e professor Emérito da UERJ  toca nos aspectos principais de suas reflexões, publicadas em seus livros. O autor parte da idéia central de que a Terra em si é um organismo vivo e, por isso, precisa ser cuidada como todo ser vivente.Ele se apóia especialmente na ciência cosmológica e na física quântica.

Assim, é preciso compreendê-la como um organismo autônomo, passível de direitos, que seriam “[…] de poder continuar inteira, limpa e com capacidade de reprodução e de regeneração.”

Partindo deste pressuposto, “está em discussão um projeto na ONU de um Tribunal da Terra que pune quem viola sua dignidade, desfloresta e contamina seus oceanos e destrói seus ecossistemas , vitais para a manutenção dos climas e da vida”.

É uma visão interessantíssima. O texto é sucinto, quem quiser conhecer mais sobre esta teoria, sugiro a leitura dos livros do autor, bem como do DVD “A Quatro Ecologias”. Infelizmente ainda não está disponível no youtube, mas pode ser comprado neste link.

Para ler o texto, clique aqui